terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Tela

Pinto...
Pinto o sabor que há em ti
Pinto, a saudade que se afasta de mim
Pinto, o requinte da tua boca macia
Pinto, o teu feitio singelo e frio.

Pinto, a chama viva que há em ti
Pinto, num só traço a (tua) beleza que dá cabo de mim
Pinto, o gesto sensual do teu corpo molhado
Pinto, amarguradamente, esse teu azedo... de desprezo!

Pinto o vermelho
Fogo de paixão,
Apago o verde
Ódio de traição,
Esboço o amarelo
Desejo de esperança,
Pressiono o azul
Só espero a bonança!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Tempestade




Chegas com uma onda
E trazes a tempestade
Nela vais mergulhando
Com medo, com ansiedade.

Estás revoltada,
Não te interessa o tudo ou o nada,
Levas à tua frente
A espuma salgada,
Derrubas sem piedade
Aquilo que não há necessidade
E, quando foges...
Não resta nada...
Nada de nada!
Porque o nada está vazio...
Porque o levaste para bem longe
Mas nunca o soubeste expulsar...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Indefinido

Rasgando por entre a nublina
Vagamente suspiro murmúrios
Voando sobre um tempo indefinido
Quebro um destino ainda perdido.

Simplificando tudo e todos
Traço um caminho sem dias, sem horas ou sem minutos
Devagar, muito devagarinho
Chego ao destino com inúmeros dissabores.

Que tempestade sem chuva!
Que chuva sem lágrimas!
Lágrimas que não são salgadas,
E salgadas que não são marés!

Mas que pranto, que suplício, que tortura,
Mas que amor, que desperdício, que secura,
Mas que cegueira, que virtude, que maluqueira,
Mas que vontade, que martírio, que bebedeira!

Liberdade


Liberdade de vencer,
Liberdade de lutar,
Liberdade de agir,
E liberdade de te adorar.

Liberdade de te ver,
Liberdade de sofrer,
Liberdade de chorar,
E liberdade de te abraçar.

Liberdade de esquecer,
Liberdade de lembrar,
Liberdade de um só gesto,
E liberdade de te poder Amar.

Liberta-me, solta-me,
Dá-me...
Dá-me apenas...
A tua liberdade.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Porquê?



Porque não compreendo
Porque me arrependo
Porque me sinto a pensar
Porque me deito a chorar?
Porque acordo com alegria
Porque anoiteço quase fria?
Porque espero o tempo
E o tempo não espera por mim?
Porque complico demasiado as coisas
E as coisas afinal até são simples...
Porque sonho acordada
E quando olho, não vejo nada
Porque contorno o mundo
E quando me levanto, bato no fundo?
Porque oiço a cabeça
E não o coração?
Porque finjo ser forte
E por dentro é apenas ilusão.
Porque sei, porque não sei...
Porquê?
É a pergunta que fica no ar... :)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Mar

Meu turbilhão de emoções...
Teu cheiro a maresia
Escondem-me por vezes a alegria,
Tuas ondas revoltadas
Em mim não são amadas,
Teus raios de luz
Derretem minha alma congelada,
Tua espuma infinita
Me devolvem a escuridão guardada,
Teus grandes segredos
Abafam em mim todos os medos,
Tuas cores brilhantes
Cicatrizam em mim bocados de areia.
Grande, grandioso
Tu és...
A minha beleza de um só mar.

Mentes preversas :)

Fala baixinho
Mas não fica sozinho
Geme docemente
E grita loucamente
Sente apaixonadamente
E vibra na mente
Desliza permanentemente
E aquece o que não é decente
Sofoca a respiração
E penetra a solidão
Ama-o...

O teu CORAÇÃO!!!
(Estavam a pensar em quê???? Com a poesia também se brinca :))